Talvez um dos melhores conselhos que já ouvi para lidar com as preocupações é o seguinte: concentre-se nas soluções, não nos problemas. É claro que, para encontrar as melhores soluções, você deve entender a fundo o problema. Ocorre que entendê-lo não significa remoê-lo. Trata-se de uma diferença de abordagem. Remoer é pensar de forma repetitiva, obsessiva até, e sempre com uma forte carga emocional. Essa distorção pode acabar transformando o problema num agente catalizador de tudo o que anda mal em nossa vida – até de coisas que nada tem a ver com o problema.
É o que acontece quando você começa a pensar: “Se eu conseguisse resolver determinada situação com meu chefe, minha carreira deslancharia e eu receberia uma promoção. Com a promoção, eu teria mais dinheiro, minha mulher pararia de reclamar e nossa vida conjugal iria melhorar. E sem tantas preocupações na cabeça, eu poderia dar mais atenção aos meus filhos e estreitar nosso relacionamento. E com tudo isso minha angústia e minha insatisfação acabariam, e eu com certeza seria mais feliz”. Será?
Quando o problema recebe toda essa carga emocional, ele se torna avassalador e paralisante – a tal ponto que nem sequer conseguimos enxergar a solução, por mais óbvia que ela às vezes possa ser. A compreensão de um problema requer uma análise objetiva, feita com equilíbrio e com um certo distanciamento crítico. Exige que ele seja reduzido à sua essência, em vez de ser expandido em uma série de ramificações, frequentemente imaginárias. Só depois disso é que podemos nos concentrar nas soluções, e não nos problemas.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
terça-feira, 7 de julho de 2009
Você Controla Seus Hábitos Ou Eles Controlam Você?
No livro O Poder do Foco, os autores Jack Canfield, Mark Victor Hansen e Lês Hewitt afirmam que até 90% de nosso comportamento baseiam-se em hábitos – tanto bons quanto ruins. Seu horário de ir para cama é um hábito, o que você come no café da manhã é um hábito e até mesmo chegar atrasado ao trabalho é outro hábito. Isso para não falar na forma como você se relaciona com seus colegas, chefes e subordinados, em sua rotina de trabalho e em suas atividades em família.
A vantagem de ver as coisas por essa perspectiva é que ela nos leva a compreender que temos muito mais poder do que achamos que temos. Se acreditarmos que nossa vida é controlada por fatores externos, então há pouco ou quase nada a fazer. Mas se passarmos a ver nossa vida como conseqüência de nossos hábitos, perceberemos que de fato temos autonomia para modificar o que for preciso. Afinal, hábitos podem ser mudados. É tudo uma questão de foco e disciplina.
A vantagem de ver as coisas por essa perspectiva é que ela nos leva a compreender que temos muito mais poder do que achamos que temos. Se acreditarmos que nossa vida é controlada por fatores externos, então há pouco ou quase nada a fazer. Mas se passarmos a ver nossa vida como conseqüência de nossos hábitos, perceberemos que de fato temos autonomia para modificar o que for preciso. Afinal, hábitos podem ser mudados. É tudo uma questão de foco e disciplina.
Transformando o tempo
Stephan Rechtschaffen é um médico que fundou o bem sucedido Omega Institute em New York, em seu livro 'Timeshifting' (Reorientando o Tempo) faz algumas observações que listo abaixo (editadas).
O tempo não é uma medida » mas uma qualidade. Quando olhamos o passado, não estamos voltando uma fita, mas relembrando uma dádiva de nossa passagem sobre a terra. Não se mede o tempo como se mede uma estrada, já que damos saltos gigantescos para trás (lembranças) e para frente (projetos).
Gerenciar não é viver » “tempo é dinheiro” é uma bobagem. Precisamos ter consciência de cada minuto, saber aproveita-lo naquilo que estamos fazendo (com amor) ou apenas na contemplação da vida. O dia compreende 24 horas e uma infinidade de momentos. Se desaceleramos, tudo dura muito mais. Claro, pode durar mais a lavagem de pratos, mas por que não usar isso para pensar em coisas agradáveis, cantar, relaxar, alegrar-se com o fato de estar vivo?
Sintonia com a vida » Arthur Rubinstein (um dos maiores pianistas do século XX) foi certa vez abordado por uma ardente admiradora, que lhe perguntou: “Como pode usar as notas com tanta maestria”? O pianista respondeu: “Eu uso as notas do mesmo jeito que os outros, mas as pausas...ah! É ai que está a arte”. Meu processo de divórcio foi extremamente doloroso, e eu achei que ficando ocupado, conseguiria superar os momentos difíceis; mas não aconteceu como previsto, já que não conseguia olhar a dor em minha alma. A partir de determinado momento, passei a “usar as pausas” – sentar, deixar que a dor viesse, me atingisse, e passasse. Pouco a pouco fui reestruturando minha vida, entendendo melhor as razões da separação, e hoje minha ex-mulher trabalha comigo no Omega Institute – porque fui capaz de enfrentar a dor, e não apenas ocultá-la por detrás de muitas tarefas.
Lidar com as experiências usando mais profundidade » um estudo sobre os freqüentadores do Zoológico Nacional de Washington revelou que o tempo médio que as pessoas passam olhando qualquer exposição de animais não ultrapassa dez segundos. Por que ir ao zoológico, então? Melhor folhear um livro ilustrado, não é verdade? Um guia me explicou que as pessoas reclamam que os hipopótamos sempre estão submersos; na verdade, a média de submersão vai de 90 segundos a um máximo de cinco minutos – entretanto, a pressa de se ir adiante não deixa o visitante aproveitar o motivo da visita.
Saber quando refletir ou agir » uma paciente minha, com problemas de obesidade, disse que estava disposta a a fazer qualquer coisa para curar-se. Pedi que, sempre que tivesse vontade de comer, observasse o sentimento, e não agisse. “Mas eu sinto fome!” respondeu ela. “Exatamente”, foi meu comentário. Se conseguir conviver com seu sentimento, observar a fome, deixá-la vir com toda a sua intensidade, sofrer eventualmente – mas não agir – em breve conseguirá atenuar a ansiedade, e saberá ser dona de sua vontade, e não escrava de seus impulsos.
Atuando diante das emoções negativas » quando nos sentamos em um sofá, ligamos a televisão (que na verdade, é uma maneira de “desligar-se” do mundo). Ou então ficamos extremamente ansiosos, achamos que estamos perdendo tempo, que precisamos telefonar para alguém, fazer ginástica, arrumar a casa. Por que? Porque se ficarmos quietos, toda a onda de emoções reprimidas irá nos atacar, nos deprimir, nos deixar tristes ou culpados. Mas quanto mais nos “ocupamos”, mais estas emoções se acumulam, até que um dia corremos o risco de vê-las explodir sem controle.
Sim, todos nós temos nossos problemas, que precisam ser encarados – por que não fazer isso hoje? Parar. Pensar. Eventualmente sofrer um pouco. Mas no final, entender quem somos, o que sentimos, o que estamos fazendo aqui, neste momento – ao invés de querer ficar determinando a Agenda da Vida.
O tempo não é uma medida » mas uma qualidade. Quando olhamos o passado, não estamos voltando uma fita, mas relembrando uma dádiva de nossa passagem sobre a terra. Não se mede o tempo como se mede uma estrada, já que damos saltos gigantescos para trás (lembranças) e para frente (projetos).
Gerenciar não é viver » “tempo é dinheiro” é uma bobagem. Precisamos ter consciência de cada minuto, saber aproveita-lo naquilo que estamos fazendo (com amor) ou apenas na contemplação da vida. O dia compreende 24 horas e uma infinidade de momentos. Se desaceleramos, tudo dura muito mais. Claro, pode durar mais a lavagem de pratos, mas por que não usar isso para pensar em coisas agradáveis, cantar, relaxar, alegrar-se com o fato de estar vivo?
Sintonia com a vida » Arthur Rubinstein (um dos maiores pianistas do século XX) foi certa vez abordado por uma ardente admiradora, que lhe perguntou: “Como pode usar as notas com tanta maestria”? O pianista respondeu: “Eu uso as notas do mesmo jeito que os outros, mas as pausas...ah! É ai que está a arte”. Meu processo de divórcio foi extremamente doloroso, e eu achei que ficando ocupado, conseguiria superar os momentos difíceis; mas não aconteceu como previsto, já que não conseguia olhar a dor em minha alma. A partir de determinado momento, passei a “usar as pausas” – sentar, deixar que a dor viesse, me atingisse, e passasse. Pouco a pouco fui reestruturando minha vida, entendendo melhor as razões da separação, e hoje minha ex-mulher trabalha comigo no Omega Institute – porque fui capaz de enfrentar a dor, e não apenas ocultá-la por detrás de muitas tarefas.
Lidar com as experiências usando mais profundidade » um estudo sobre os freqüentadores do Zoológico Nacional de Washington revelou que o tempo médio que as pessoas passam olhando qualquer exposição de animais não ultrapassa dez segundos. Por que ir ao zoológico, então? Melhor folhear um livro ilustrado, não é verdade? Um guia me explicou que as pessoas reclamam que os hipopótamos sempre estão submersos; na verdade, a média de submersão vai de 90 segundos a um máximo de cinco minutos – entretanto, a pressa de se ir adiante não deixa o visitante aproveitar o motivo da visita.
Saber quando refletir ou agir » uma paciente minha, com problemas de obesidade, disse que estava disposta a a fazer qualquer coisa para curar-se. Pedi que, sempre que tivesse vontade de comer, observasse o sentimento, e não agisse. “Mas eu sinto fome!” respondeu ela. “Exatamente”, foi meu comentário. Se conseguir conviver com seu sentimento, observar a fome, deixá-la vir com toda a sua intensidade, sofrer eventualmente – mas não agir – em breve conseguirá atenuar a ansiedade, e saberá ser dona de sua vontade, e não escrava de seus impulsos.
Atuando diante das emoções negativas » quando nos sentamos em um sofá, ligamos a televisão (que na verdade, é uma maneira de “desligar-se” do mundo). Ou então ficamos extremamente ansiosos, achamos que estamos perdendo tempo, que precisamos telefonar para alguém, fazer ginástica, arrumar a casa. Por que? Porque se ficarmos quietos, toda a onda de emoções reprimidas irá nos atacar, nos deprimir, nos deixar tristes ou culpados. Mas quanto mais nos “ocupamos”, mais estas emoções se acumulam, até que um dia corremos o risco de vê-las explodir sem controle.
Sim, todos nós temos nossos problemas, que precisam ser encarados – por que não fazer isso hoje? Parar. Pensar. Eventualmente sofrer um pouco. Mas no final, entender quem somos, o que sentimos, o que estamos fazendo aqui, neste momento – ao invés de querer ficar determinando a Agenda da Vida.
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