segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Dinheiro, para que dinheiro?

O animismo consiste em atribuir a objetos e a seres inanimados características humanas. Quando alguns povos antigos diziam, por exemplo, que o sol era um deus capaz de punir ou de recompensar os seres humanos, e cujas “decisões” poderiam ser influenciadas por meio de sacrifícios, estavam praticando uma espécie de animismo. Mas antes de lançarmos um sorriso condescendente à suposta ingenuidade de nossos ancestrais, é melhor darmos uma boa olhada em nosso próprio comportamento. Nós também praticamos o animismo. E com muito mais freqüência do que pensamos.
Quer ver um exemplo? Então observe frases como: “o dinheiro não traz felicidade”, ou “o dinheiro muda as pessoas”. Já nos cansamos de ouvi-las, de repeti-las, de concordar com elas... Todo mundo tem pelo menos uma história para contar que parece ilustrar –e comprovar – a pretensa verdade contida nesses ditos populares. “Depois que enriqueceu, fulano perdeu a cabeça, meteu os pés pelas mãos, afastou-se dos amigos, abandonou a família”... Ou, então: “Beltrano se deixou seduzir pelo dinheiro fácil e se meteu numa série de negociatas. O dinheiro foi sua perdição”.
Ora, o dinheiro não é, em si, nem bom nem ruim. É apenas um pedaço de papel ao qual é atribuído determinado valor de compra. Portanto, não é – nem pode ser – ele que “não traz felicidade” ou que “muda as pessoas”. É o nosso caráter, bem como as atitudes e a relação que temos com o dinheiro, que provocam esses ou aqueles resultados. Culpar o dinheiro, ou a sua falta, é fácil. Tão fácil quanto inútil. Difícil, porém extremamente produtivo, é entender e trabalhar a forma como lidamos com ele.

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